Frases e coisas do Brasil...

terça-feira, 7 de maio de 2019

Centésimo quadragésimo sexto dia...

                                "Os Sertanejos" - 4ªParte

         O matuto que nunca vira aquelas paisagens, cada vez mais se abismava diante daquela amplidão  de céu e mar, com apoteoso deslumbre, o azul e verde imposta pela natureza.
       O sertanejo meditava naquele mundo fantástico, como se descobria onírico lugar que lhe fora reservado pela natureza. Era um paraíso na terra, ver comensurar com os olhos tanta beleza que rodeava aquele mapa de surpreendente visão que vinha do céu.  
              O torrão brabo ardia nos pés, nas orelhas, em todo corpo, aquiescendo o sangue do cearense homem forte, cuja fortaleza pulsava nas veias, os músculos impulsionavam toda hercúlea física, como um touro manso se limitando com as enormes orelhas cabanas fazia lentamente movimento de oscilação e translação, para suavizar o escaldante colar que soprava naquela várzea inóspita esperando o cair da tarde propiciar benfazejos movimentos de quietude e escurecer, com mais uma noite no céu estrelado iniciando o faiscar das pequeninas estrelas envolvendo a abóbada celestial ocupando espaço de um azul púrpuro. A praia se banha de uma espuma que desfaz rolando sobre a terra até se infiltrar no solo que acabara de se esquentar do calor de um dia causticado por mormo sopro da aragem que vinha do mar.
       Os sertanejos quase enfileirados desciam rampa quase íngreme em direção do mar, para apreciar abismadamente aquele "açude do Sr. Boris" (como era conhecido pelos retirantes, que matava o desejo de ver perto aquele "marzão").
            Ademais, o sertanejo cearense, já nasce com o corpo e alma preparados para suportar intempéries da vida, porque calejado pelas vicissitudes enfrenta com galhardia e destemor por está na sua sina predestinada para cumprir na terra com intrepidez e coragem.
          O caboclo cearense traz a bravura no sangue, na pele que envolve a força que Deus Dar. Por isso sua ficção é pura límpida de transparência de uma brilhante lantejoula.
        Raquel de Queiroz no seu romance "O quinze" destaca seu lenitivo da lantejoula que brilha  enriquece a torre do campanário dando maior beleza arquitetônica ao ambiente inesquecivelmente.
       É o nosso Ceará revestido pelo cinza plúmbeo e no céu cravejado de estrelas cintilantes faíscas na abóbada, desenhando cruzeiro do sul, ursa maior, ursa menor e fixam a atenção dos contempladores de espetáculo magnanimamente embelezam nossa natureza em toda a sua perfeição.
    A terra retalhada em pequenas porções como se recorta na tábua incrustada para se ajustar orifícios naquela dimensão.
     Assim o Firmamento se manifesta com imenso manto azul turquesino como no grande abraço, absorvendo em si a luz das estrelas.
(continua no próximo dia a 5ª e última Parte) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário